21:01

Arquivo Secreto

No  estado em que me  achava, meio acordado,  meio dormindo, me vi  dentro de uma sala.            Não existia  nada de interessante  nela, exceto uma parede  cheia    de  gavetas para cartões.      Aqueles  cartões que existem       em  bibliotecas públicas,                  de arquivo de  livros, etc.
Mas  estes arquivos, além  de irem do chão  ao teto, pareciam não  ter fim e tinham  também títulos bem  diferentes. Quando me  aproximei destes arquivos,  o primeiro título      a me chamar  atenção foi               “Garotas de quem eu gostei”.
Abri-o  e comecei a ver  os cartões um por  um, para logo fechar  a gaveta, surpreso em  reconhecer      os nomes ali escritos.                           De repente,  sem ninguém precisar  me dizer, descobri onde  estava.  Esta sala  sem vida,                              era, na  realidade,                                           o catálogo da  minha vida.
Aqui  estava tudo organizado   por ações, todos  os meus momentos, grandes  e pequenos, em detalhes  que minha mente não  podia acompanhar.             Um senso de  curiosidade e espanto,  misturado com horror  surgia dentro de mim  ao abrir cada gaveta  para descobrir      seu conteúdo.
Algumas  me traziam belas alegrias  e contentamento, saudade  e memórias.                  Outras me traziam vergonha,            tão grande  que olhei por detrás         de mim para ver  se havia alguém       me espiando.                                                O arquivo  intitulado “Amigos”     estava ao lado  do arquivo        “Amigos que traí”.
Os  títulos iam do mero  mundano à extrema loucura:                         “Livros que li”;
  “Mentiras que contei”; “Conselhos que dei”;
   “Piadas das quais ri”.
Alguns  eram hilariantes         devido  à sua exatidão:                             “Coisas que gritei                          
     aos meus irmãos”.
Em  outros não havia a  menor graça: “Coisas que fiz quando                              estava com raiva”;
“Palavras que proferi contra                    
    meus pais por trás deles”. Eu não parava de me surpreender com cada conteúdo que se apresentava. Alguns arquivos tinham normalmente mais cartões do que eu esperava.
E  outras vezes, menos  do que eu sonhava.  Eu estava estupefato  com o volume de  coisas que      fiz durante minha  curta vida. Como eu  pude ter tido o  tempo necessário para  escrever esses milhões  e milhões de cartões,  cada um em sua  exatidão?
Mas  cada cartão confirmava  uma verdade. Cada um  deles eu havia escrito  com meu próprio punho  e constava a minha  assinatura em todos.  Quando puxei o arquivo “Músicas que escutei”,
vi  que o arquivo crescia  para 
conter  todo o seu conteúdo.
Depois  de puxar uns 4  ou 5 metros resolvi  fechá-lo envergonhado. Não  somente pela qualidade  depravada das músicas,  mas também pelo vasto  tempo perdido que todo  aquele arquivo representava.
Cheguei  então num                    arquivo intitulado 
“Pensamentos sensuais”.
Senti  um calafrio percorrer  todo o meu corpo.  Abri a gaveta somente  um pouquinho, pois não  estava       a fim de testar  o tamanho, e tirei  um dos cartões. Fiquei  todo arrepiado com o  conteúdo.
Senti-me  mal em saber que  este momento havia sido  gravado.           Uma  raiva animal tomou posse  de mim. Um pensamento  tomou conta de mim: “Ninguém deve saber da              existência desses cartões!                                Ninguém  deve  entrar nesta sala! Tenho que destruir tudo!”
Em  frenéticos e loucos  movimentos puxei uma  das gavetas, estendendo  metros e metros de  conteúdo infinito.            O tamanho do  arquivo                     não importava. 
Nem  o tempo que eu  levaria 
para  destruí-lo. 
Quando  a gaveta saiu, joguei-a  no chão, de cabeça  para baixo,             e descobri que  todos os       cartões estavam  grudados!   Fiquei  desesperado e peguei  um bolo de cartões  para rasgá-los. Não  consegui. Peguei um.            Era duro  como aço quando     tentei rasgá-lo.
Derrotado  e cansado, retornei  a gaveta de volta  ao seu lugar e  encostando minha cabeça  contra        a parede, deixei  um triste suspiro   sair de mim. Foi  então que eu vi:      um arquivo  novo, como se            nunca tivesse  sido usado. 
A  argolinha pra puxar  brilhando 
de  limpa debaixo do título 
“Pessoas com quem falei de Cristo.”
Puxei  o arquivo menos de  5 centímetros de comprimento.           Eu podia conter  os cartõezinhos    em minha mão. Aí,  então, as lágrimas  vieram. Comecei a chorar.  Soluços tão profundos  que machucavam meu estômago              e  me faziam tremer todo.             
Caí  de joelhos e chorei  mais e mais.
Chorei  de vergonha, 
de  pura vergonha. 
A  infinita parede de arquivos, 
já  embaçada pelas minhas  lágrimas olhava de  volta para mim, imóvel,  insensível. Pensei: 
“Ninguém pode entrar aqui.” 
“Tenho que trancar esta sala e
     destruir ou esconder a chave.”
Quando  enxugava as 
lágrimas  eu o vi. 
Não! 
Ele  não! 
Não  aqui! 
Todo  mundo, menos Jesus!  Olhei-O, sem poder fazer  nada, enquanto ele aproximou-se  das gavetas e começou  a abri-las, uma por  uma, lendo os             seus conteúdos.
Eu  não podia ver a  Sua reação. Nos momentos  em que tomava coragem  suficiente para olhar  em Seu rosto, eu  via um tristeza bem  mais profunda do que  a minha.  E parece  que Ele ia exatamente  nos piores títulos.  E Ele tinha que  ler cartão por cartão?
Finalmente,  Ele virou-se e ficou      me olhando,  desde o outro           lado da sala onde  estava.                                Olhou-me  com dó em Seus  olhos. Não havia nenhuma  raiva.             Abaixei a cabeça e  comecei                     a chorar, cobrindo  minha                       face com  as mãos.                               Ele  andou até mim, abraçou-me,  mas não me disse  nada.
Ah! 
Ele  poderia ter dito tantas  coisas! Mas não abriu  a boca. Simplesmente  chorou comigo. Depois,  levantou-se e dirigiu-se  para a primeira fila  de arquivos. Abriu a  primeira gaveta,               numa altura  que eu não alcançava,  tirou o primeiro            cartão e assinou  o Seu nome.
E  assim começou a fazer  com todos os cartões.  Quando percebi o que  Ele estava fazendo gritei “Não!” bem alto, correndo em Sua direção. Tudo o que eu podia dizer era: “Não!” “Não!”. Seu nome não deveria estar nestes cartões. Mas ali estava, escrito num vermelho tão rico, tão escuro e tão vívido.
O  nome de Jesus cobriu  o meu. Estava escrito  com                                Seu próprio  sangue. 
Ele  olhou para mim um  tanto 
triste  e continuou a assinar. 
Nunca  entenderei como Ele  assinou todos os cartões 
tão  depressa, pois 
quando  me dei conta, 
Ele  já estava ao meu  lado.
Colocou  a mão no meu ombro  e disse:
Está 
consumado
Levantei-me  e Ele levou-me 
para  fora daquela sala.         
Não  existia fechadura na  porta, 
e  ainda existem muitos 
    cartões a serem escritos...
Porque  Deus amou o mundo  de
tal maneira que deu o seu
Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu
Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.


João 3.16-17
  Se você se sente da mesma maneira, busque a Jesus Cristo ainda hoje! Envie este mensagem para quantas pessoas puder, para que o amor de Cristo possa tocar em suas vidas. Enquanto ainda é tempo!
Meu arquivo
“Pessoas com quem falei de Cristo” está um pouquinho maior agora. E o seu?

Fique com Cristo!